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O Africano que existe
em nós brasileiros

A HERANÇA AFRICANA NA MODA E NO DESIGN BRASILEIROS

Negros e mulatos foram considerados pelo antropólogo Darcy Ribeiro “o mais brasileiro dos componentes do nosso povo”. Com o objetivo de entender o processo histórico que os envolveu e identificar as raízes africanas na cultura do Brasil, a designer Julia Vidal usou a arte africana e sua influência em figurinos e acessórios, design e tipografia brasileiros como fios condutores do livro O africano que existe em nós, brasileiros.

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Livro sobre cultura africana e suas representações artísticas marca

a estreia do catálogo da Babilônia Cultura Editorial, em coedição com a Fundação Biblioteca Nacional, em parceria com a Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial/Ministério da Cultura.

Foi lançado no Rio de Janeiro na Livraria da Travessa, em

Salvador-BA na Livraria Cultura e em São Paulo no evento Moda Documenta do Museu de Indumentária e Moda. Em apenas 3 meses teve suas 1.500 cópias esgotadas e recentemente foi lançada sua edição revisada em formato Revista, com inovações no projeto gráfico, que visa fortalecer o trabalho do professor em sala de aula

e atrair o público em geral com ícones afro-brasileiros em folha de adesivos e sobrecapa, que se transforma em pôster.

 

Construção de identidade

Na obra, o leitor encontra a cultura africana representada em histórias, costumes,comportamento e nas cores e nos desenhos estampados no vestuário dos brasileiros. Todos os modelos retratados no livro são criações da autora, que concebeu dez coleções durante suas pesquisas.

 

Ao elencar a moda como forma de representação da influência africana no Brasil, Julia tem como finalidade contribuir no processo de construção da identidade do indivíduo, que entende melhor suas origens, além de reunir materiais que não são tão facilmente encontrados por quem quer estudar a cultura afro-brasileira.

A moda dos estados que tiveram maior influência africana e os trajes que constituem a identidade da moda afro-brasileira estão na obra.

A carioca, por exemplo, é considerada a mais ousada, com vestimenta em tecidos leves e transparentes semelhante às camisolinhas, mas sem deixar a elegância de lado. Já as baianas, afeitas ao algodão branco, criavam sua moda, com realce para o uso de joias adornadas com símbolos religiosos católicos e africanos.

 

Por meio da moda, do design e da iconografia africana, e em benefício da transmissão de códigos culturais e informações entre sociedades, o livro aborda o período da escravidão em um capítulo sobre a comercialização de africanos como negócio lucrativo.

A autora mostra como a escravidão é a responsável pelas possíveis origens étnicas de negros africanos vindos para o Brasil e a dificuldade, portanto, de definir esta origem. O livro trata ainda as heranças étnicas na música, culinária e na arte. As religiões de matrizes africanas, entre elas o candomblé e a umbanda, e seus símbolos no Brasil, também compõem a publicação.

A obra nasceu do desejo de reviver o cotidiano de Salvador, cidade constantemente visitada por Julia na infância. “Pesquisar e estudar

a cultura afro-brasileira foi o passaporte para voltar lá. Queria entender porque eu gostava tanto de tudo o que vivi em Salvador, para além do aspecto lúdico do lugar, e trazer do meu inconsciente para o consciente a necessidade de conhecer mais a cultura brasileira, que sempre fez parte da minha vida”, complementa

a autora.

Trecho do livro:

“Para entender como uma identidade cultural se transformou em moda, precisamos resgatar de onde nasceu seu primeiro desenho, o traçado inicial. Foi através da escrita, de símbolos com múltiplos significados, que comecei este trabalho de documentar a origem estética da identidade brasileira, materializado no design de moda. Analisar a simbologia e a maneira de se comunicar de etnias africanas me proporcionou entender um pouco mais a minha cultura. A partir daí, busquei identificar formas e ritos que fazem parte do nosso cotidiano, para sabermos separá-los, a fim de identificar sua origem – se africana, indígena ou portuguesa. Mas o resultado dessa mistura é uno, é brasileiro.

(p. 15)

 

Especificações técnicas

Lançamento Formato Arte: Fevereiro 2015 

Lançamento 1ª edição revista: Junho 2015

Autora: Julia Vidal

Tema: Moda e design afro-brasileiros

Formato: 14 x 19cm

Páginas: 128

Peso: 249g

Ilustrações: 29

Acabamento: Brochura + sobrecapa/pôster + adesivos

ISBN: 9788566317091

Coedição: Fundação Biblioteca Nacional

 

 

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